domingo, 10 de agosto de 2008

Sorriso

Têm vezes que se sente minúsculo, sobrecarregado, impotente, envergonhado, ignorante, angustiado, indeciso, ingênuo, inseguro, um grãozinho de areia na praia sem força, sem fôlego, sozinho no meio de tantos outros. Têm vezes que se sente o vento no rosto e pensa estar voando, mas nem percebe que o chão se aproxima e o vento que se sente é o vendo amargo da queda. Têm vezes que se esquece de, antes, fazer o bem para si pra depois fazer o bem para outros: muitos chamam de individualismo, muitos outros também chamam de inteligência. Têm vezes que as bombas no Iraque são silenciosas comparadas com a guerra que acontece nas veias de sangue ácido e que se veste um sorriso, uma máscara pra ninguém desconfiar, pra ninguém entrar no fundo que se quer esconder, abafar, sinlenciar, esquecer. E em todas essas vezes, o grito desesperado por paz é calado. Afinal, gritar pra que? Gritar pra quem? (Abril/Março 2008)

Um comentário:

Ílan Rodrigues disse...

"The days of your life
Leave the world standing outside
You find the strength for a smile
Because heroes like you wouldn't cry" (Scorpions - Heroes Don't Cry)

"Inside my heart is breaking
My make-up may be flaking
But my smile
Still stays on" (Queen - The Show Must Go On)

Ah, esses seus lábios sorrindo solitários... sorrindo sentindo a falta do brilho nos olhos, das bochechas largas, da leveza tal no peito que nos faz esquecer que ele está ali, da alegria que um dia foi o que os fez sorrir.
A tristeza - tão nítida aos meus olhos míopes - no sorriso falso deles é tanta que algo pesa dentro de mim.

Até quando vai sorrir assim?