terça-feira, 20 de setembro de 2011
Purple
Escurecia. Ainda claro o bastante para formar grandes sombras de árvores que correm o chão de folhas ressecadas, grama verde e terra. Com os pés descalços e sujos, ela se equilibrava em um dos galhos. Nada se ouvia a milhas de distância. Ela, de olhos levemente fechados, respirava o ar fresco. Qualquer um menos atento diria ser uma estátua de mármore, bela, pálida, imóvel. Silêncio. Ela sabia o que estava errado. Assim que o sol escondeu seu último raio, ela abriu os olhos. Olhos de gata, negros, profundos. O vestido branco, o forro de renda já amarronzado e rasgado. Os olhos percorriam o horizonte, derrubando gotas de desespero contido. Desde quando as coisas começaram a fazer sentido?
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Um comentário:
Desde quando veio a responsabilidade? Por que assim? Por que o mundo rebela-se de tal forma, sem que eu nada possa fazer? Fui eu uma pessoa má? Talvez devesse ter sido... A ingenuidade me levou a isso. Sim, talvez devesse ter sido...
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