Eu que nunca tinha aberto as portas para o fogo do interior da minha ingenuidade de viver, abri-o para ti. Aquele fogo vital, que se apaga apenas para os fracos de espírito. Aquele fogo que faz o olho brilhar em diamantes. Esse fogo tão precioso, abri e permiti que tu tivesses acesso. Tão ingênua eu fui e sou. Será que ainda não aprendi que o fogo é belo e misterioso, mas também bruto, inconstante, arriscado, nocivo, pernicioso. Frágil. Quantas vezes eu mesma me deparei com falta de combustível para mantê-lo aceso. Mesmo sabendo de tudo isso, abri-o para ti. Não que isso seja de todo o mal. Quantas vezes, também, juntamos o nosso calor e fizemos, do fogo de cada um, algo tão surpreendente. Mas quantas vezes deixaste o meu tão fraco quanto brasa queimando em resto de fogueira... Sinto dizer que estou fechando-o dentro de mim. Fechando-o definitivamente até que as águas antárticas dos seus piores dias estejam em outros pólos. Se eternamente elas assombram o brilho dos nossos olhos, deixarei, assim, que apaguem apenas o teu.
terça-feira, 5 de julho de 2011
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Um comentário:
Lamento.
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