Tão bela, movie-se graciosamente pelo topo das árvores. Há horas, pelo esforço, o suor escorria pelas suas costas. A calça jeans tão rasgata, as roupas tão gastas, tão sujas, tão velhas. Mas tão bela, ó, tão bela. Dançava pelas árvores: era o balé dos cisnes. Os olhos vermelhos e brilhantes como fogo, vívidos.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Purple
Escurecia. Ainda claro o bastante para formar grandes sombras de árvores que correm o chão de folhas ressecadas, grama verde e terra. Com os pés descalços e sujos, ela se equilibrava em um dos galhos. Nada se ouvia a milhas de distância. Ela, de olhos levemente fechados, respirava o ar fresco. Qualquer um menos atento diria ser uma estátua de mármore, bela, pálida, imóvel. Silêncio. Ela sabia o que estava errado. Assim que o sol escondeu seu último raio, ela abriu os olhos. Olhos de gata, negros, profundos. O vestido branco, o forro de renda já amarronzado e rasgado. Os olhos percorriam o horizonte, derrubando gotas de desespero contido. Desde quando as coisas começaram a fazer sentido?
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