quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Raras lágrimas de um amigo


Enquanto o céu desesperadamente chora lá fora eu leio aqui sobre as raras lágrimas derrubadas por um all star preto qualquer. Leio aqui sobre as suas angústias tão bela e inesperadamente desenhadas em forma de escrita.
Se nem as várias gotas de água salgada que formam fortes ondas conseguem acalmar a tristeza do mar, como poderia uma pequena lágrima de água salgada acalmar a tristeza do mundo? Vou te contar um segredo, amigo: escreve! Escreve, que escrevendo o aperto do peito diminui, escreve pra que as suas lágrimas sejam lidas, escreve mesmo se for falar de "metalinguagem sem meta", "de política e corrupção, de cupido trapalhão, [de] cidadão sem opinião". Escreve pra me deixar de queixo caído como agora estou.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Conhecimento(s)

Céu azul de nuvens brancas, para o romântico, é a certeza de estar vendo a mesma cena que a amada a quilômetros de distância. Céu azul de nuvens brancas, para o físico, são pequenas moléculas que refletem, cada uma a sua maneira, a luz branca vinda do sol. Céu azul de nuvens brancas, para o astrônomo, é o alívio de saber que o sol ainda não cresceu o suficiente para nos engolir por completo. Céu azul de nuvens brancas, para o carrinheiro, é um dia de trabalho sem frio ou chuva. Céu azul de nuvens brancas, para o ordinário, é apenas mais um dia com céu azul de nuvens brancas. Céu azul de nuvens brancas, para o filósofo, é apenas uma ilusão dos sentidos. Tudo não depende do contexto no qual você pensa? Como se tira conclusões se a sua conclusão vai ser só mais uma dentre tantas outras?