
Tudo o que nós sentimos não se limita à mera classificação de paixão e amor. Aqueles que falam mais de uma língua vão concordar comigo que, as vezes, é muito difícil explicar ou pensar coisas subjetivas na língua não-nativa com a mesma versatilidade que na primeira língua. Será, então, que nós convencionamos modos de se atrair uns pelos outros culturalmente? Será que no "desenvolvimento" (sim, aspas, já que desenvolvimento é uma palavra perigosa) das línguas, não se criam palavras objetivas com significados subjetivos para "sentir-se atraido", e nós, por mais que sentíssemos algo diferente, colocamos o que sentimos na classificação já existente? Desculpem, leitores, se escrevo rápido demais e pulo muitas etapas do pensamento, mas "I can't help it", nem eu sei bem sobre o que eu estou falando. De qualquer forma, e se eu inventasse um novo lexico? Que tal vertigar, verbo transitivo direto? Eu vertigo, tu vertigas, ele vertiga.
Olho pra baixo, o céu, as estrelas e a lua parecem entrar no meu peito, ignorando a falta de espaço e tirando-me o ar por completo. Olho pra baixo, pro seu all star branco e sujo, pros seus cabelos louros e lisos, pros seus olhos castanhos de longos cílios e a vertigem é quase infinita. Eu o vertigo, vertigo-o demais. Mas não te quero, não te amo, não estou apaixonada. Apenas vertigo-o.