domingo, 26 de julho de 2009

Super heróis

Sempre achei graça nessa coisa de relacionamento. As pessoas se aproximam por terem os mesmo gostos musicais, por terem as mesmas inquietações intelectuais, por terem a mesma cor de cabelo, por saberem dos seus e dos meus defeitos. As pessoas não se aproximam de pessoas perfeitas. Se você não deixar transparecer os seus defeitos, elas te olham de longe, contemplando o ser inexistente, contemplando esse ser insistente em querem parecer não-humano. Mas eles parecem gostar de ser não-humanos. Nunca vi ninguém que nunca tivesse feito mal a ninguém, mesmo que não intencionalmente, mas já ouvi inúmeras descrições de seres não-humanos do tipo de causar calafrio pela existencia de tamanha bondade. O duro é saber que elas não existem. Puxa, nossos heróis não existem! Nunca vi ninguém que correspondesse às expectativas dos pais, dos amigos, do chefe, do namorado e do cachorro ao mesmo tempo. Os pais sempre vão achar que você é rebelde, os amigos vão sempre achar que você mudou para pior, o chefe vai sempre achar que você é incompetente - ou competente demais -, o namorado vai sempre achar que você não se abre, e o cachorro vai sempre achar que você é um dono ausente. Mas (tchan, tchan, tchan) os super seres não-humanos chegaram pra nos salvar de todo esse pecado, do inferno, do diabo e tudo o mais. Esses seres conseguem ser bons com todos! Ah, não? Esses aí também não são reais? Mas que diabos! Digo, Deus do céu! Isso porque eu não quero ir para o inferno, só os seres humanos vão para o inferno.

Um comentário:

G. Bontorin disse...

Sem ilusões e desilusões não haveriam tantas surpresas e experiências, portanto o mundo seria monótono e insuportável.