sexta-feira, 29 de maio de 2009

Felicidade frágil

Sempre soube que a paz de espírito era difícil de atingir, também sempre soube que a felicidade se sentia bem-vinda onde havia paz de espírito. Por quase um ano e meio eu desconheci a paz de espírito. Por quase uma semana eu a tenho experimentado. Por quase uma semana eu pouso, ousadamente, na última carta do castelo de baralhos que montei. Por quase uma semana eu soube como era não precisar enganar a mente pra que ela não mostrasse imagens que eu não queria ver. Essa quase semana acabou ontem. Ontem eu fui sincera demais, ontem eu achei que conseguiria vencer uma batalha, mesmo que pequena, contra a hipocrisia. Ontem eu cometi um erro cujos traços não se apagarão na contagem infinita dos segundos. Mas tomei uma decisão. Tomei uma decisão de uma vez por todas! Resta-me, agora, juntar as cartas de baralho, violentamente espalhadas pelo chão, e remontar o castelo, no qual eu irei, novamente, regar a semente da felicidade. Desta vez, no entanto, terei de ser especialmente cuidadosa: será a primeira vez que o montarei dentro de uma gaiola.